Acesso da população LGBTQIA+ à saúde e serviços disponíveis em Santa Maria são abordados em atividade do 5° Fórum de Direitos Humanos da UFSM

Arianne Lima

Acesso da população LGBTQIA+ à saúde e serviços disponíveis em Santa Maria são abordados em atividade do 5° Fórum de Direitos Humanos da UFSM
O acesso da população LGBTQIA+ à saúde e os serviços disponíveis em Santa Maria foram abordados em uma atividade na tarde desta terça-feira (8). A ação, que faz parte do 5° Fórum de Direitos Humanos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), reuniu acadêmicos, profissionais e comunidade no auditório do prédio 74C, no campus sede da instituição.

Aprendizado

Na oportunidade, o público pode conhecer um pouco mais sobre o trabalho de dois espaços em Santa Maria: o ambulatório Transcender e o ambulatório Trans, do Hospital Casa de Saúde. Delvin Mendes, 20, era uma das pessoas que acompanhava atentamente cada informação e relato dos profissionais. O acadêmico de Engenharia Química, que mora há um ano na Casa do Estudante, foi ao evento à convite de uma amiga.

– Convivo com uma mulher trans. Com a convivência, entendemos a dificuldade que ela sofre no dia-a-dia e para fazer a hormonização, porque o remédio é caro. Então, essa palestra veio para mostrar quais são os acessos (à saúde) que eles podem ter – relata Mendes.

Diálogo

Representando o ambulatório LGBT + Transceder – o primeiro criado em Santa Maria – estiveram a enfermeira Salete Scaramussa e o servidor Paulo Hovarth. Desde setembro deste ano, o serviço, que faz parte da Policlínica Municipal de Saúde Mental, é ofertado em um prédio na Rua dos Andradas. Anteriormente, a população era atendida no Bairro Nossa Senhora do Rosário.

O psicólogo do ambulatório Trans do Hospital Casa de Saúde, Thadeu de Oliveira Lucca, também relatou como tem sido o atendimento nos últimos meses na instituição. Desde o inicio de 2022, o espaço atende municípios das regiões macros Centro-Oeste e Missioneira, ofertando 240 consultas por mês com a equipe, que é composta por médico clínico, endocrinologista, psiquiatras e psicólogo.

– É muito importante podermos trazer este conhecimento para as pessoas. O que se percebe é que o preconceito mora na ignorância, na dificuldade das pessoas em entender o que é o ambulatório Trans, sobre a importância deste serviço para a comunidade e da saúde inclusiva, especialmente no âmbito do SUS. Fala-se sobre universalidade, integralidade e equidade. É impossível pensarmos em uma comunidade que não acessa este serviço no sistema, que infelizmente, por muito tempo invisibilizou essas pessoas – destaca Thadeu.

Onde encontrar estes serviços?

Ambulatório Transcender

Horário de funcionamento – De segunda-feira a sexta-feira, das 8h ao meio-dia e das 13h às 17h

Endereço – Rua dos Andradas, 1.397, sala 102, no Bairro Centro

Encaminhamento – Consultas podem ser marcadas por telefone (55) 3921-1094 ou presencialmente. Não é necessário levar documento. Apenas informar o nome

Além de atendimento multiprofissional para pessoas LGBT+ e na área da saúde mental, também é possível realizar testes rápidos de sífilis, HIV e hepatite no local

Ambulatório Trans do Hospital Casa de Saúde

Oferta 240 consultas mensais via SUS, além de exames laboratoriais

Público-alvo – Pessoas trans que buscam a transição de gênero e residam em municípios das regiões macros Centro-Oeste e Missioneira

Endereço – Rua Ari Lagranha Domingues, 188, no Bairro Nossa Senhora do Perpetuo Socorro

Encaminhamento – Interessados devem procurar uma unidade de saúde referência para que o atendimento seja encaminhado pelo Sistema de Regulação (SISREG) ou de Gerenciamento de Consultas (Gercon). Em Santa Maria, o encaminhamento pode ser feito pelo ambulatório Transcender, localizado na Policlínica do Rosário (Rua Serafim Valandro, 400)

Relevância

Neste dia 8 é celebrado um ano da resolução 64/2021, que prevê a criação de uma Política de Igualdade de Gênero na UFSM. Para a pró-reitora de Extensão substituta da UFSM, professora Vera Lucia Portinho Vianna, a atividade faz parte de uma programação pensada para reforçar esta missão:

–Que cada vez mais, possamos fomentar o respeito à diversidade. Temos que dar continuidade a essa caminhada e o primeiro passo já foi dado com a criação da Política de Gênero e com a Casa Verônica, que começa a se consolidar neste espaço de acolhimento. Neste sentido, o Fórum vem fortalecer essas iniciativas.

A programação do 5° Fórum de Direitos Humanos segue até o 10 de novembro, integrando o 14° Salão de Extensão UFSM da 37ª Jornada Acadêmica Integrada (JAI). Promovido pelo Observatório de Direitos Humanos (ODH), o evento tem parceria com o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI), Casa Verônica e Pró-Reitoria de Extensão (PRE) da UFSM.

Fotos: Eduardo Ramos (Diário). A mesa sobre serviços de saúde foi composta pela enfermeira Salete Scaramuza (à esq.) e pelo servidor Paulo Hovarth (à dir.), ambos do ambulatório municipal Transcender. O psicólogo Thadeu Lucca falou sobre o serviço prestado pelo Hospital Casa de Saúde

Arianne Lima – [email protected]

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